Não quero mais coronavírus
Desculpem-me as vezes que deixei para amanhã a ida ao parque.
Desculpem-me as vezes que viemos para casa antes daquela (só mais uma) última volta no baloiço. Quando adiámos a visita a casa das amigas e esperamos pelo bom tempo para marcar play dates e deixamos para o fim-de-semana seguinte aquele gelado de cone na nossa mercearia preferida.
Destes dias isolados do mundo que conhecíamos surpreende-me a resiliência com que enfrentaram todas as mudanças, a forma como se uniram ainda mais e foram capazes de criar tantos projectos giros. Como perceberam desde o início as regras e acataram com a resignação possível.
O tempo foi passando entre trabalhos da escola, jogos, dias inteiros no jardim, muitos desenhos e trabalhos manuais, algumas discussões, corridas no relvado do parque perto de casa ao fim do dia e passeios de bicicleta (agora já sem rodinhas estabilizadoras!)Nestas 12 semanas vivemos dias sem fim, cada um tão igual ao anterior e não fossem os aniversários do Pai e da Pilar pelo meio não teríamos olhado tanto para o calendário!
Mas a data que tanto querem ver brilhar no calendário é o dia em que o Coronavírus acaba, essa efeméride que me perguntam tantas vezes se ainda falta muito para chegar. "Não sei meu amor, ninguém sabe". Respondes em lágrimas que não queres mais coronavírus. "Não queria que houvesse nunca..." Dizes que não é justo, que queres abraçar e brincar com as amigas, ver os avós, ir a um parque que não tenha fitas e sinais de proibição. E nós, pais que devem saber tudo, não temos a resposta a essa questão e desta vez nem o google nos pode salvar.
Sabemos, isso sim, que queremos que a nossa incerteza e receio inicial sobre o desconhecido, a pressão de tentar cumprir o calendário da escola, a gestão do teletrabalho e a adaptação a novas regras não vos fique na memória. Que destes dias guardem apenas uma lembrança de dias em que fazíamos todas as refeições em família, em que não tínhamos de correr de manhã para chegar a horas a escola, em que todos os dias nos desafiávamos para projectos criativos sem limite de tempo, fazíamos ballet na sala e noites especiais de cinema sem pressa para ir deitar.
Vamos esperar que as privações fiquem para trás depressa e que as boas memórias perdurem!
Desculpem-me as vezes que viemos para casa antes daquela (só mais uma) última volta no baloiço. Quando adiámos a visita a casa das amigas e esperamos pelo bom tempo para marcar play dates e deixamos para o fim-de-semana seguinte aquele gelado de cone na nossa mercearia preferida.
Destes dias isolados do mundo que conhecíamos surpreende-me a resiliência com que enfrentaram todas as mudanças, a forma como se uniram ainda mais e foram capazes de criar tantos projectos giros. Como perceberam desde o início as regras e acataram com a resignação possível.
O tempo foi passando entre trabalhos da escola, jogos, dias inteiros no jardim, muitos desenhos e trabalhos manuais, algumas discussões, corridas no relvado do parque perto de casa ao fim do dia e passeios de bicicleta (agora já sem rodinhas estabilizadoras!)Nestas 12 semanas vivemos dias sem fim, cada um tão igual ao anterior e não fossem os aniversários do Pai e da Pilar pelo meio não teríamos olhado tanto para o calendário!
Mas a data que tanto querem ver brilhar no calendário é o dia em que o Coronavírus acaba, essa efeméride que me perguntam tantas vezes se ainda falta muito para chegar. "Não sei meu amor, ninguém sabe". Respondes em lágrimas que não queres mais coronavírus. "Não queria que houvesse nunca..." Dizes que não é justo, que queres abraçar e brincar com as amigas, ver os avós, ir a um parque que não tenha fitas e sinais de proibição. E nós, pais que devem saber tudo, não temos a resposta a essa questão e desta vez nem o google nos pode salvar.
Sabemos, isso sim, que queremos que a nossa incerteza e receio inicial sobre o desconhecido, a pressão de tentar cumprir o calendário da escola, a gestão do teletrabalho e a adaptação a novas regras não vos fique na memória. Que destes dias guardem apenas uma lembrança de dias em que fazíamos todas as refeições em família, em que não tínhamos de correr de manhã para chegar a horas a escola, em que todos os dias nos desafiávamos para projectos criativos sem limite de tempo, fazíamos ballet na sala e noites especiais de cinema sem pressa para ir deitar.
Vamos esperar que as privações fiquem para trás depressa e que as boas memórias perdurem!
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| Constança 04/06/2020 |
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| Beatriz 04/06/2020 |
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| noites de cinema |
fins de tarde no parque todos juntos
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| criatividade no jardim |
trabalhos da escola
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| aulas de ballet na sala |
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| poções mágicas |
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| 2/3 já sem rodinhas em longos passeios! |
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