À procura da paciência perdida

Já houve dias (mais do que os que quero admitir) em que perdi a paciência. 
A calma e a tranquilidade que reconhecia em mim fogem e vão para parte incerta. Provavelmente não muito longe porque depois, geralmente durante a noite aparecem, qual fantasma do natal passado, para relembrar que existem.

Revejo momentos passados em que pacientemente acudi as minhas filhas, lembro-me de situações que resolvi com calma e recordo a tranquilidade com que conseguia dominar os banhos sem soltar um berro ou largar uma ameaça enquanto conto até três. 

Sei que vai passar, que logo logo estaremos todas mais calmas.

Vai fazer 4 anos que estou dedicada a 100% à maternidade. E se até há uns tempos atrás achava que fazia isto com uma perna às costas… bom agora as pernas já pesam e as costas ressentem-se. 

Talvez seja pelo cansaço acumulado dos dias 24/7 ou as recentes noites mal dormidas mas tem dias em que me sinto a pior das mães. Quando vejo as mães tranquilas no parque, quando me aparecem no feed fotografias de mães aprumadas e com histórias mimosas do dia-a-dia, quando vejo as minhas próprias fotografias nas molduras da sala. 

Até que parei de pensar assim. Porque quando as minhas filhas me dizem que gostam de mim isso tem de ser suficiente para acreditar que estou a fazer um bom trabalho. E que no fim do dia o que elas recordam não foi o momento em que a mãe se passou. Recordam o lanche que lhes pus na mesa, as pinturas que fizemos, a brincadeira do Leão, as danças e o ioga no chão da sala, os passeios no jardim e os picnics no parque, as histórias que contamos à noite…
Os mimos, são os mimos que elas recordam. Foi disso que eu me fui esquecendo nestes últimos tempos. Que o mimo é importante para reconfortar e tranquilizar. 
Decidi por isso que me vou mimar mais também. Porque se eu não me mimar quem mimará a mamã?

Na cama com três bebés. Aquele slow-living próprio do recém nascido. 

Parece que tenho 10 anos menos… 

Cansada mas feliz

The calm and tranquility that I recognized in me flee and go to uncertain part. Probably not too far because during the night, eventually, they will appear, like some last Christmas ghost, to remember me that they exist.
I remember past moments in which I patiently attended my daughters, I remember situations that I solved with calm and I remember the tranquility with which I could dominate the baths without shouting or release a threat while I count to three.

I know it will happen, that soon we will all be calmer.

It's been 4 years since I'm 100% dedicated to motherhood. And if until a while back I thought I did this with one leg on my back ... well now my legs are really heavy and my back resents. 

Maybe it's the 24/7 days accumulated tiredness or the recent sleepless nights but there are days when I feel  I'm the worst mother. When I see the patient mothers in the park, or when in my social feed I see photos of mothers looking at their best with sweet histories of their daily life, or when I see my own pictures in the frames hanging in my living room. 

Until I stopped thinking like that. Because when my daughters tell me they love me that should be enough to believe that I'm doing a good job. And at the end of the day what they remember was not the time when mommy got angry. They remember the snack I put on the table, the paintings we did, the lion's play, the dances and the yoga on the floor of the room, the walks in the garden and the picnics in the park, the stories we told at night ...
Pampering is what they will remember by. That's what I've been forgetting these days. That pampering is important to comfort and reassure.
And that's why I decided that I'm going to pamper myself more. Because if I don't pamper myself who will?